Conscientização humana pode ajudar a conter o aquecimento global
As mudanças climáticas podem afetar a agropecuária, elevar o preço dos alimentos e atingir a economia do país
Fonte: tribunahoje.com
Quando o assunto é a temperatura do planeta Terra, ainda não existe um consenso para explicar os últimos fenômenos meteorológicos ocorridos no mundo. Mas a única certeza é que se trata de um processo sem volta e que a ação do homem já ultrapassou o limite do aceitável, como alerta relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado nesta semana. Mesmo com alguns métodos adotados por países da Europa para conter o avanço da poluição por combustão, a conscientização precisa ter apoio global para que o movimento tenha êxito e não afete a economia.
Criado em 1988 com o objetivo de sintetizar e divulgar o conhecimento mais avançado sobre as mudanças climáticas, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU usou dados e estudos feitos em várias partes do mundo como base de seu relatório, que liga o sinal de alerta sobre o uso do carvão e dos combustíveis fósseis antes que eles destruam o planeta Terra. Estima-se que o limiar do aquecimento global (de + 1,5º centígrado), em comparação com o da era pré-industrial, vai ser atingido em 2030, dez anos antes do que tinha sido estimado.
O professor do curso de Engenharia Civil e Mecatrônica do Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL), Givanildo Santos, explica que a grande comercialização de produtos é um dos maiores responsáveis pela poluição. “Não só os combustíveis fósseis como outros derivados do petróleo vêm afetando o meio ambiente. O descontrole no consumo estimula a produção desses materiais, que consequentemente aumenta as emissões de gases de efeito estufa”, esclarece.
O homem também é responsável por outras causas ambientais que contribuem para o aumento da temperatura e mudanças climáticas. O desmatamento de florestas nativas e a extinção das áreas verdes urbanas afetam diretamente o solo e consequentemente rios e lagoas.
Economia
O clima é responsável por 30% do desempenho da produção de alimentos. As mudanças climáticas são os principais fatores de risco para as atividades agrícolas. Períodos prolongados de seca podem prejudicar o desenvolvimento das plantações de milho, arroz, soja entre outros.
No Brasil, a mudança climática pode afetar a agricultura, elevar o preço dos alimentos e atingir a economia do país. “Na prática, assim como no tempo frio e seco, a ausência de chuvas durante longos períodos dificulta o desenvolvimento das plantações, como o desenvolvimento de grãos e amadurecimento de frutos. Além disso, ela também reduz a qualidade das pastagens para a alimentação animal, acarretando em altos valores de comercialização das carnes”, assegura Givanildo Santos.
Solução
Como forma de controlar grande parte da poluição, a Comissão Europeia decidiu que a partir de 2035, os veículos serão proibidos de emitir qualquer tipo de gás poluente. Isso significa que carros híbridos, que unem o motor a combustão e a propulsão elétrica, também serão banidos. Somente os totalmentes elétricos, com baterias ou movidos por célula de hidrogênio, serão vendidos no continente.
O professor Givanildo Santos avalia a medida como positiva, mas destaca que é preciso uma decisão intergovernamental para que os resultados comecem a surgir. “Não adianta um país agir em prol da sustentabilidade, enquanto o vizinho pensa de maneira contrária, continua poluindo o ar e desmatando as florestas. Quem sabe se com conscientização das políticas públicas e do apoio das grandes montadoras essa medida se espalhe mais rápido pelo resto do mundo”, argumenta.
Enquanto os países discutem grandes medidas para conter o avanço da poluição, a sociedade mundial pode executar o seu papel com simples mudanças de hábitos. Economizar água e energia elétrica pode e deve ser uma preocupação constante no dia a dia. Reduzir o consumo contribui tanto para as finanças quanto para o meio ambiente, já que diminui a demanda de recursos naturais para o fornecimento de água e de luz.
Outras fontes de energia
A energia renovável se dá pelo uso de materiais da natureza que não se esgotam, como raios solares e a força do vento. Além disso, elas podem ser também chamadas de energia limpa, mecânica ou elétrica sem poluir o meio ambiente. Os principais exemplos são energia solar e eólica.
De acordo com o relatório IPCC da ONU, a humanidade pode conter o aquecimento global se as fontes de energias renováveis forem responsáveis pela geração de 50% da produção de energia em todo o mundo.