A a destruição no Planalto após a invasão de extremistas
Palácio teve vidros quebrados e estrutura depredada; equipe de manutenção atuou no local
O Palácio do Planalto segue nesta 2ª feira (9.jan.2023) com vidros quebrados, mesas reviradas, cadeiras quebradas e equipamentos jogados ao chão depois dos atos extremistas do 8 de Janeiro. O jornalista fotográfico do Poder360, Sérgio Lima, esteve no local para registrar o cenário. Com mais de 30 anos de carreira, o profissional cobre política brasileira e acontecimentos da capital federal. No entanto, segundo sua impressão, nunca houve nada parecido em Brasília como as invasões de domingo.
“É uma das cenas mais tristes que eu já vi aqui neste Palácio do Planalto”, disse. “As pessoas agiram com ódio, que resultou nessa destruição”.
A equipe de manutenção do Planalto trabalhou no local na tarde desta 2ª feira. Em seu perfil no Twitter, a primeira-dama Janja Lula da Silva postou, inclusive, um vídeo com os relatos dos funcionários responsáveis pela limpeza.
“As pessoas têm que ter respeito com o trabalho da gente”, disse uma auxiliar, cujo nome não foi divulgado.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também divulgou um vídeo mostrando os danos ao local.
Dentro da sede do Executivo, manifestantes destruíram gabinetes, obras de arte, eletrônicos, janelas, mesas e armários, além de móveis da sala da primeira-dama.
INVASÃO AOS TRÊS PODERES
Por volta das 15h de domingo (8.jan.2023), extremistas de direita invadiram o Congresso Nacional depois de romper barreiras de proteção colocadas pelas forças de segurança do Distrito Federal e da Força Nacional.
Lá, invadiram o Salão Verde da Câmara dos Deputados, área que dá acesso ao plenário da Casa. Equipamentos de votação no plenário foram vandalizados.
Os extremistas também usaram o tapete do Senado de “escorregador”.
Em seguida, os radicais se dirigiram ao Palácio do Planalto e depredaram diversas salas na sede do Poder Executivo. Por fim, invadiram o STF (Supremo Tribunal Federal). Quebraram vidros da fachada e chegaram até o plenário da Corte, onde arrancaram cadeiras do chão e o brasão da república.
Os radicais também picharam a estátua “A Justiça” e a porta do gabinete do ministro Alexandre de Moraes.
Os atos foram realizados por pessoas em sua maioria vestidas com camisetas da seleção brasileira de futebol, roupas nas cores da bandeira do Brasil e, às vezes, com a própria bandeira nas costas. Diziam
Diziam-se patriotas e defendiam uma intervenção militar (na prática, um golpe de Estado) para derrubar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
ANTES DA INVASÃO
A organização do movimento havia sido captada previamente pelo governo federal, que determinara o uso da Força Nacional na região. Pela manhã de domingo (8.jan), 3 ônibus de agentes de segurança estavam mobilizados na Esplanada. Mas não foi suficiente para conter a invasão dos radicais na sede do Legislativo.
Durante o final de semana, dezenas de ônibus, centenas de carros e centenas de pessoas chegaram na capital federal para a manifestação. Inicialmente, o grupo se concentrou na sede do Quartel-General do Exército, a 7,9 km da Praça dos Três Poderes. Depois, os radicais desceram o Eixo Monumental até a Esplanada dos Ministérios a pé, escoltados pela Polícia Militar do Distrito Federal.
O acesso das avenidas foi bloqueado para veículos. Mas não houve impedimento para quem passasse caminhando.
Durante o domingo (8.jan), policiais realizaram revistas em pedestres que queriam ir para a Esplanada. Cada ponto de acesso de pedestres tinha uma dupla de policiais militares para fazer as revistas de bolsas e mochilas. O foco era identificar objetos cortantes, como vidro e facas.
CONTRA LULA
Desde o resultado das eleições, bolsonaristas radicais ocuparam quartéis em diferentes Estados brasileiros. Eles também realizaram protestos em rodovias federais e, depois da diplomação de Lula, promoveram atos violentos no centro de Brasília. Além disso, a polícia achou materiais explosivos em 2 locais.
Fonte: poder360.com.br