Alta no gás de cozinha e energia mostram como inflação atinge mais os pobres
O aumento da conta de luz e no gás de cozinha sofre com a inflação desde o ano passado. Porém, são as famílias mais humildes as mais atingidas com esses aumentos. A inflação acumulada em 12 meses até julho foi de 10,05% para as famílias mais pobres e de 7,11% para a população mais rica.
Segundo o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, entre junho e julho houve um aumento na inflação atingido todas as classes sociais. Porém, os custos maiores foram percebidos entre as famílias mais pobres, com renda inferior a R$ 1.650,50.
Aumento no preço do Gás de cozinha
O botijão de gás é essencial para as famílias brasileiras, permitindo a preparação da comida no dia a dia. Porém, o item está sofrendo com a inflação nos últimos meses.
Diante disso, só no primeiro semestre de 2021, houve um aumento de 13,75%. No acumulado do ano a alta foi de 29,3%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).PUBLICIDADE
Atualmente, o preço médio de um gás de cozinha é de R$ 90, correspondendo a 8,2% sobre o salário mínimo vigente. Desde o início da pandemia, o gás de cozinha já sofreu 15 aumentos seguidos nas refinarias da Petrobras.
De acordo com dados apurados pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) um dos principais motivos que pressiona a inflação dos mais pobres é a alta no preço do gás. A pressão do custo é mais forte nas classes mais baixas, já que a renda é inferior a R$1.650,50.
Bandeira Vermelha na conta de luz
Desde julho, o preço da conta de luz ficou mais alta, devido o reajuste na bandeira tarifária para a vermelha patamar 2. Com isso, a cobrança extra passou de R$ 6,24 para R$ 9,49, ou seja, 52% a mais, a cada 100 kWh consumidos.
As bandeiras tarifárias são definidas mensalmente e passaram a funcionar em 2015. São quatro tipos que indicam as condições de geração de energia no país.
Com os reservatórios cheios não é preciso usar as termelétricas, não precisando ser cobrada tarifa extra, deixando a conta na bandeira verde.
Com isso, não há cobrança extra. Porém, se há poucas chuvas e os reservatórios ficam baixos é necessário ativar as termelétricas. Com isso, é adotada a bandeira amarela ou vermelha. Essa última possui dois patamares. Entenda como funciona cada bandeira:
- Bandeira verde: essa bandeira indica que não houve problemas para a geração de energia, portanto, a conta não sofre nenhum acréscimo;
- Bandeira amarela: as condições de geração de energia são menos favoráveis e, portanto, a tarifa sofre um acréscimo de R$ 1,874 para cada 100 kWh consumido no mês;
- Bandeira vermelha – Patamar 1: condições mais caras para gerar energia gerando um acréscimo a tarifa de R$ 3,971 para cada 100 kWh consumido;
- Bandeira vermelha – Patamar 2: condições ainda mais custosas de geração gerando uma tarifa com acréscimo de R$ 9,492 para cada 100 kWh consumido.
Conta de luz e inflação
A energia elétrica tem sofrido com a inflação, sendo que em junho subiu 1,95%, acumulando alta de 14,20% em 12 meses. Com isso, contribuiu para o aumento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Para piorar, com a crise hídrica sem sinal de melhora, ainda não há previsão para a queda na tarifa. Com isso, desde junho, os consumidores estão pagando contas de energia elétrica com a bandeira vermelha no patamar 2.
O país enfrenta a pior estiagem dos últimos 91 anos, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Com isso, o uso das usinas termelétricas fez subir o preço pago nas contas de luz.
Os consumidores que estão inscritos na Tarifa Social de Energia Elétrica não sofrem com a cobrança adicional das bandeiras tarifárias. Além disso, esses continuam com os descontos de até 65%, conforme a faixa de consumo.
Fonte: fdr.com.br