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Chuva em Petrópolis: tragédia deixa 136 mortos e 213 desaparecidos

Chuva em Petrópolis: tragédia deixa 136 mortos e 213 desaparecidos

Na tarde desta sexta-feira (18), a Defesa Civil voltrou a acionar sirenes na cidade por conta da forte chuva que caía por volta das 19h40.

A forte chuva que caía em Petrópolis desde o início da noite desta sexta-feira (18) deu uma trégua por volta das 21h30. Mais cedo, a Defesa Civil chegou a acionar sirenes no primeiro distrito da cidade, após previsão de mais chuvas para a região.

Após quatro dias de buscas em Petrópolis, o Corpo de Bombeiros acredita ainda ser possível resgatar vítimas com vida da lama e dos escombros. O número total de mortos divulgado pela corporação chega a 136.

Durante a madrugada desta sexta-feira (18), sirenes no Morro da Oficina – um dos locais mais devastados pela tempestade que causou deslizamentos e destruiu a cidade – voltaram a tocar.

Os moradores das localidades do Morro dos Ferroviários, que abrange a área do Morro da Oficina, da comunidade 24 de Maio, do Vila Felipe, do Chácara Flora, do Sargento Boening e São Sebastião foram alertados com a possibilidade de ocorrência de chuva nas localidades.

O Instituto Médico-Legal (IML) informou que, entre as 136 vítimas fatais, há 81 mulheres e 50 homens, sendo 22 menores de idade. Ao todo, 89 corpos foram identificados, e outros 69 liberados. 

O IML recebeu ainda partes de outros três corpos – nesse caso, não é possível identificar se são de homem ou de mulhe. Por isso, será preciso fazer coleta de material genético de parentes.

Até quinta-feira (17), o IML tinha apenas um caminhão frigorífico para armazenar os corpos. Nesta sexta, com o reforço da infraestrutura, o órgão passou a contar com dois caminhões e dois contêineres frigoríficos.

Segundo a Polícia Civil, foram feitos 213 registros de desaparecimentos, mas não se sabe quantos desses já foram encontrados. Veja quem são os desaparecidos e como tentar encontrar alguém.

Até a última atualização desta reportagem, o tempo permanecia instável em Petrópolis. O coronel Leandro Monteiro, secretário estadual de da Defesa Civil e comandante dos bombeiros, explicou que não pode avançar com máquinas pesadas, como tratores, em qualquer lugar.

“Nestes locais onde a população pede o uso de máquinas, nós não podemos entrar com máquinas agora. O Corpo de Bombeiros acredita encontrar pessoas com vida ali”, afirmou Monteiro. “Eu não posso remover o solo da maneira que eles querem”, acrescentou.

Monteiro detalhou o protocolo dos bombeiros: “Temos uma técnica para este tipo de desastre. Primeiro, precisamos de silêncio. É um trabalho manual, chamamos as pessoas pelo nome, depois passamos com os cães treinados para encontrarem pessoas vivas, e depois os bombeiros passam fazendo mais um chamado pelo nome”.

PREVISÃO DE MAIS CHUVA

Na noite desta quinta-feira (17), voltou a chover forte, o que fez a Defesa Civil acionar as 14 sirenes do primeiro distrito, para aviso de previsão de chuva forte na região.

A Defesa Civil do município também disparou sirenes nestas localidades:

  • 24 de maio
  • Ferroviários
  • Vila Felipe — Chácara Flora 2
  • Sargento Bohning
  • São Sebastião — Adão Brand
  • São Sebastião — Vital Brasil
  • Siméria

Por causa do mau tempo e do terreno instável, as buscas haviam sido suspensas na noite desta quinta, para garantir a segurança das equipes.

Mecânico voluntário busca por corpos sozinho em área de risco em Petrópolis (RJ) nesta sexta (18) — Foto: Marcos Serra Lima/g1
Casa destruída pelo deslizamento é vista no morro da Oficina, em Petrópolis (RJ), nesta sexta-feira (18) — Foto: Marcos Serra Lima/g1
Casa no alto do Morro da Oficina, em Petrópolis, que não foi arrastada pelo temporal — Foto: Marcos Serra Lima / g1
Casa caiu, restou apenas o banheiro  — Foto: Marcos Serra Lima/g1
Pás são vistas sobre colchão durante trabalho de buscas em Petrópolis nesta sexta (18) — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Fonte: g1.globo.com